segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A Árvore Genealógica e a História de Portugal no sec. XIV


Inês Saragoça

D. Inês de Castro

Diziam os povos de Fernão Lopes *, que nunca tais dez anos houve em Portugal como aqueles em que reinou

El-Rei D. Pedro. D. Afonso IV ajustou o casamento do príncipe herdeiro com a filha de um grande de Espanha, que era um dos chefes dos nobres feudais que se opunham ao Rei. É no reinado de D. Afonso IV que se situa o episódio da morte de Inês de Castro.

Inês de Castro fazia parte de uma família muito poderosa de fidalgos galegos e descendia, por via bastarda, do Rei D. Sancho IV de Castela. Havia também uma ligação com a família Albuquerque.

João das Regras, nos seus famosos discursos das Cortes de Coimbra, revelou que D. Afonso IV, três anos antes da morte de D. Inês, escreveu ao arcebispo de Braga, que se encontrava então na corte do papa, para que convencesse o sumo pontífice a não conceder as dispensas necessárias para o casamento de D. Pedro com D. Inês.

Procurando evitar o envolvimento da família real portuguesa em mais um processo de guerra civil, entretanto desencadeado em Castela, D. Afonso IV ordena o assassinato de D. Inês de Castro (mulher “clandestina” do infante D. Pedro desde a morte da sua primeira esposa, em 1348 ou 1349). D. Afonso IV decidiu a morte de D. Inês de Castro, que foi degolada em 7 de Janeiro de 1355, nos paços de Santa Clara, em Coimbra, numa ocasião em que D. Pedro estava ausente. Este declarou-se em revolta. Durante meses, o país foi assolado pelas tropas do infante. D. Pedro revoltou-se contra a autoridade do pai, dando início a uma guerra civil que terminou em Agosto de 1355, sob a mediação do Arcebispo de Braga. D. Gonçalo Pereira.

Do Tratado de Canaveses (resultante do acordo que permitiu encerrar as hostilidades) deriva a associação do infante D. Pedro às actividades de governação do país.

D. Pedro, logo que subiu ao trono, conseguiu que o rei de Castela lhe entregasse os conselheiros de D. Afonso IV que tinham decidido a morte de Inês e fê-los executar com rigor.

Em 1360 D. Pedro anunciou formalmente que chegara a casar secretamente com Inês de Castro e, pela mesma ocasião, mandou construir os monumentais túmulos de Alcobaça.


*Fernão Lopes era funcionário do paço e notário, nomeado cronista pelo rei D. Duarte e escreveu as crónicas (relatos dos reinados) de D. Pedro I, D. Fernando e D. João I. Texto elaborado por Ricardo Borralho e João Piteira a partir das obras História Concisa de Portugal de José Hermano Saraiva, Colecção Saber, Publicações Europa-América, 1978 e História de Portugal em Datas, obra coordenada por António Simões Rodrigues , Círculo de Leitores, 1994



A vida no Século XIV


A sociedade neste período da História estava dividida em três classes: a nobreza, o clero e o povo. Cerca de 80% das pessoas trabalhavam na terra.

Mesmo nas cidades cultivavam-se hortaliças e criavam-se galinhas, porcos e vacas. As pessoas cultivavam quase todos os alimentos e dependiam de uma boa colheita para passarem o Inverno. Se a colheita se perdia, morriam de fome.

A partir da Primavera de 1315, a chuva caiu de forma intensa e anormal. O fenómeno verificou-se em quase toda a Europa e prolongou-se por vários invernos, impedindo o trigo de germinar. Em 1333, a fome foi particularmente sentida em Portugal e na Península Ibérica. Os preços subiram, a fome instalou-se. Era difícil importar alimentos de outra região, e havia fomes aproximadamente de dez em dez anos. Na maior parte da Europa, a aldeia ou herdade pertencia a um senhor e era administrada por um intendente. Os camponeses trabalhavam na herdade em troca de terra que cultivavam para si próprios. Também davam ao senhor uma parte da sua própria produção.

O alimento principal era o pão de centeio ou de trigo. O pão era escuro e grosseiro. O pão branco de trigo era raro e constituía um sinal de estatuto social elevado. A maior parte das pessoas comia poucas hortaliças e pouca fruta e acreditava que as verduras eram perigosas. O vinho e o azeite eram alimentos de base na Europa do Sul.

Depois da comida, a maior necessidade das pessoas era o vestuário. Por isso a indústria de lã e o comércio de tecidos eram as maiores actividades económicas da Europa medieval a seguir à agricultura e à alimentação. Os camponeses usavam roupas simples que não mudavam de estilo. A peça de roupa fundamental era uma bata ou camisa comprida, franzida na cintura. O vestuário era muitas vezes feito de lã das ovelhas da família, fiada e tecida em casa.

Para as pessoas mais ricas as roupas eram mais complicadas, e no século XIV as modas mudavam bastante depressa. As saias nunca eram acima do tornozelo, embora os decotes pudessem ser bastante grandes. Em geral as mulheres usavam o cabelo coberto. Os homens podiam exibir as pernas, com meias e casacos curtos.

Os desportos medievais eram violentos e constituíam um treino para a guerra. Os desportos favoritos dos reis e dos nobres eram a caça e as justas (duelos a fingir).

Texto redigido por Ana Serra e Mariana Duro a partir da obra A Vida Quotidiana na Europa Medieval, Neil Grant, Caminho

7 comentários:

  1. Bem, naquele tempo era tudo tâo,...!Nem tenho a palavra certa para dizer. Mas acho que dantes as coisas eram um pouco diferentes dos dias de hoje, principalmente aquela parte do vestuario das pessoas mais ricas,as saias,os decotes, os cabelos,...

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  2. Mais um vez a nossa turma fez um optimo trabalho...
    Nao acham?

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  3. Despulpe!!
    Titulo A Vida Quotidiana na Europa Medieval
    Texto de Neil Grant
    Editora Caminho
    Foi imprimido a Março de 2005 na Itália

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  4. No 5º paragrafo na 4 para a 5 não se percebe

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  5. Toda a razão, e em baixo estava mal também... Ainda dizem que o blogue é feito por professores! Se assim fosse... estávamos mal!
    Boa Mariana! Obrigada

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